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domingo, julho 06, 2014

Neblina


Na janela do meu apartamento é notável como a neblina tomou conta do horizonte, fico olhando por alguns minutos aquela bruma que escondeu o prédio azul da esquerda e também o amarelo da direita, mas deixou meus erros em evidência. Falhei em diversos aspectos, um deles – talvez – o principal que era ser fiel comigo, deixei que a vida passasse!

As rugas das minhas mãos não trazem recordações significativas, mas a labuta diária, dentro de um escritório sucumbindo a opinião dos superiores. Os pés de galinha do lado dos olhos são de puro stress com o trânsito que tomava horas da vida, ah, não estou a culpar o sistema, sou a única culpada aqui.

Jovem, eu queria voar, viajar, conhecer o mundo e a diversidade de culturas que cada lugar poderia proporcionar. Nos primeiros anos, fiz algumas viagens com o dinheiro que poupava no porquinho que ficava em cima da geladeira. Lembro-me de fazer roteiros malucos e sem destino. Chegava na cidade conhecia os nativos, outros turistas e juntos desvendávamos os locais mais bacanas, que muitas vezes não era pontos turísticos.

No entanto, fui me acomodando com a rotina, deixando a minha poupança vazia e esquecendo da promessa de viver uma vida aventurosa até o final.

Agora, cá estou observando a vida passar junto com a neblina, que já me deixa ver a ponta do prédio azul.      

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