Na janela do meu
apartamento é notável como a neblina tomou conta do horizonte, fico
olhando por alguns minutos aquela bruma que escondeu o prédio azul
da esquerda e também o amarelo da direita, mas deixou meus erros em
evidência. Falhei em diversos aspectos, um deles – talvez – o
principal que era ser fiel comigo, deixei que a vida passasse!
As rugas das minhas mãos
não trazem recordações significativas, mas a labuta diária,
dentro de um escritório sucumbindo a opinião dos superiores. Os pés de
galinha do lado dos olhos são de puro stress com o trânsito que
tomava horas da vida, ah, não estou a culpar o sistema, sou a única
culpada aqui.
Jovem, eu queria voar,
viajar, conhecer o mundo e a diversidade de culturas que cada lugar
poderia proporcionar. Nos primeiros anos, fiz algumas viagens com o
dinheiro que poupava no porquinho que ficava em cima da geladeira.
Lembro-me de fazer roteiros malucos e sem destino. Chegava na cidade conhecia os nativos, outros turistas e juntos desvendávamos os
locais mais bacanas, que muitas vezes não era pontos turísticos.
No entanto, fui me
acomodando com a rotina, deixando a minha poupança vazia e
esquecendo da promessa de viver uma vida aventurosa até o final.
Agora, cá estou
observando a vida passar junto com a neblina, que já me deixa ver a
ponta do prédio azul.
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