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sexta-feira, maio 23, 2014

Toque

Tudo começara com a sua barba roçando em minha nuca no meio do bar cheio de desconhecidos - carentes que faziam questão de gritar aos quatro ventos suas necessidades. Pouco me importava aquele berreiro quando o seu cheiro invadia minhas narinas, sua mão tocava minha cintura, tudo se dissipava, mas eu nem sabia seu nome.

E mesmo sem as informações básicas lá estava eu rendida aquele moreno barbudo, e, deixava sem pudor que aquelas mãos tocassem meu corpo pela primeira vez, porém, elas pareciam tão conhecedoras dos caminhos tortos que tenho, conforme iam excitando gradativamente cada parte dentro de mim.

No fundo tocava “Take me one more time, take me one more wave”, a música só fazia o tesão latejar cada vez mais, ah, eu clamava por isso há meses, por esse fervor que dava no sangue com a frequência que os nossos corpos se encontravam, o ritmo parecia fluir naturalmente como o toque agressivo que me puxava contra aquela robustez, e eu respondia com a mesma intensidade que sucumbia aos meus desejos carnais mais profundos.


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