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sábado, fevereiro 28, 2015

O insuperável termino do Gregório

Com o dicionário aberto, confirmava se havia escrito uma palavra corretamente – mas não se engane, porque ele sabia escrever exceção –  era apenas algo rotineiro, que começou logo depois que ela o deixou, naquela tarde de verão. (Calma, não me esqueci que a estação mais quente do ano dura em média 90 dias, mas tarde volto para o fatídico dia.)


Um coração partido pode ser a droga mais perigosa que alguém pode experimentar, não que uma mistura química não acabe com você. Porém, a dor de amor é tão grande que chega a consumir tudo que temos, não apenas o dinheiro, mesmo que esse se acabe nos copos de farmácia em bares de esquina.


Na verdade, o que vim dizer é que o pobre do Gregório se entregou a droga do amor não correspondido, sim, Carla o deixou, mas acredito que isso também é deixar de corresponder – enquanto outros afirmam ser o fim de um ciclo. Embora para o meu amigo isso ainda não tenha acabado.


Disso tudo, o que restou foi apenas as buscas aleatórias por palavras no Aurélio que fica guardado do lado direito do computador do Greg, que ele não descubra que o chamo pelo apelido da falecida as escondidas. Depois de mil dias, quase três anos, o cara ainda não aceita que o chamem assim e muito menos que chamamos a Carla de falecida. Afinal, sabemos que ela está viva, viajando pelo o mundo, no último post no Facebook, em dezembro, estava em Butão, um país no sul da Ásia.


Algumas pessoas próximas não a excluíram, como eu fiz, quis apoiar a – inútil – decisão de seguir em frente do Gregório. A maior farsa já contada na história dessa amizade. Ele não desconfia que eu sei de seu peril fake para stalkear ela. Finjo que não sei, porque ele já se envergonha de tanta coisa desse termino insuperável. Coitado dele.


Na primeira semana do fim da relação deles, o meu brother estava zero bala, feliz por ser solteiro novamente e poder entrar em buracos novos, mas foi só naquela semana. Mais tarde, as fases começavam a se desenhar de forma clara para nós que estavámos observando de fora toda a depreciação que ele passava. A rotina de solteiro se tornou seu maior inimigo, não aliado, quem diria? Eu, nunca.


Por míseros 21 dias a Carla reatou o namoro, mas nem ela esperava o monstro que ele tinha se tornado, não era mau, só era carente, chato, grudento, na real, um verdadeiro pé no saco, daí ela fugiu de vez, eu só fico porque ainda tenho esperanças ou pena.

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