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quarta-feira, outubro 12, 2011

Não Capítulo I


Sophia sempre teve tudo que quis, nunca lhe disseram não. Até mesmo eu, sua amiga, consenti com tal insanidade, desistindo de caras por ela, deixando-a pegar o vestido que caiu bem no meu corpo, etc...
Naquela noite tudo estava pra mudar. Mesmo tendo começado normal, passei no apê dela na Rua da Consolação para pegarmos o táxi e irmos à boate. Luzes piscando, a batida conduzindo nossos corpos quando juntas o avistamos com um copo de uísque com energético, seu sorriso desconcertante, olhar misterioso.
Como de habitual, Sophia o encarava. Ele nos olhou meio intrigado, na mesma hora desviei o olhar. Sophia, por outro lado, abriu o sorriso, pegou-me pela mão e quando ficamos bem próximas dele, ela dançava bem provocante.
Até imaginava em que aquilo iria dar. A noite acabaria com ele no táxi junto a ela e eu em outro voltando para o meu apartamento na República.
Ela chegou mais perto dele, literalmente esfregou seu corpo nele, que mais parecia uma estátua, encostou os lábios nos dele e no mesmo instante ele virou a rosto, tentou mais uma vez, sem resultado. Pelo contrário, ele pegou em seus braços, afastou-a e saiu para o bar. Pude ver frustração e inconformidade aparentes no rosto de Sophia. Saiu correndo para o banheiro, eu não estava afim de drama, fui pro bar pegar uma caipirinha.
Lá estava Renato, bebendo outro drink. Acenou com a cabeça em minha direção, eu cordialmente respondi. Falou com bartender.
Segundos depois o mesmo bartender veio em minha direção com uma Pina colada (um dos meus drinks favoritos). Foi ai que percebi a aproximação descarada de Renato.
Agradeci pela bebida, puxando assunto. Não se conteve e desatinou a falar “Sua amiga e uma louca, parece que nunca disseram não a ela!” Rebati. “Não, você foi o primeiro, apesar de que a noite ainda não acabou”; desci um gole gigante pra me manter calada.
“Mesmo que estivesse bêbado, não a escolheria. Já tenho meu alvo”; uma piscada pra mim.
E lá vinha Sophia com uma autoconfiança, pensando que ele teria reconsiderado a situação.
Renato a viu se aproximando e me passou discretamente um bilhete, sorriu e se foi.
Indignada ela começou a falar “O que você fez pra ele ir embora? Até cogitei que ele estava me rejeitando na pista, mas acho que na verdade ele queria conversar comigo e você o espantou! Que droga de amiga é você?! Vamos embora agora.”
Pegamos o táxi caladas, não fui para o seu apartamento aquela noite. Puta merda! Como ela pôde dizer isso de mim? Que culpa tinha eu de ele não a querer?
Então abri o guardanapo que ele me dera.
Renato, XXXX-8619, Me liga! POR FAVOR.
Ganhei a noite, mesmo sabendo que não deveria ligar.

4 Opinões.:

Mariana Castro disse...

incrivel como eu já tive uma amiga como a sophia...

Alice disse...

Muito bom o texto. Obrigada pela visita :D

http://fire-tothe-rain.blogspot.com/

Luan Fernando disse...

Amigos são sempre amigos, mas sempre há um momentos que eles bancam os idiotas, acho que esse foi o caso da sua amiga.
Não sei se é o caso de dá um conselho para ela, dizendo que nem sempre as coisas movem ao redor dela, mas fica aí a dica.

Um Grande Abraço de Luan Fernando do Sentimento Padrão

Alice disse...

por favor..........LIGUE....
ou melhor já tinha que ter ligado na mesma noite em que ela fez isso com vc....
seja feliz